quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Alcançar o que quer não vai te deixar mais feliz

Existe uma mentira sendo repetida ao longo de várias gerações. Uma história que ilude, encanta, mas também frustra e fere. É uma história bonita, como um conto de fadas com final feliz.

Crescemos nos apoiando nessa ilusória ideia, mas só tarde na vida descobrimos que fomos enganados, e que as coisas não funcionam exatamente como nos contaram. O curioso é que não importa o quanto essa ilusão nos machuca, reciclamos a história e transmitimos de volta para os mais novos, omitindo toda experiência que nos mostrou o completo oposto.

Vou contar uma história.

Você vai entrar para a escola bem cedo, antes mesmo de ser capaz de construir memórias complexas. Se tirar boas notas você agrada a mamãe, ganha bicicleta de natal e deixa o paizão orgulhoso nos churrascos da firma. Caso contrário, é uma vergonha para a família, fica de castigo e não tem viagem pra praia no fim do ano. A diferença entre a glória e a decepção completa é um seis no boletim.

Com a idade são adicionados cada vez mais elementos, todos construídos como degraus na escada na realização pessoal. Se terminar o ensino médio será mais feliz, passar no vestibular daquela federal? Aí sim, será inesquecível. Mas, todo mundo sabe, pra ser feliz mesmo, só depois de passar num concurso público.

Então, a vida vai sendo construída, como uma série de jogos finitos. Diversos marcos que, juntos - teoricamente - resultam numa vida plena e realizada. Essa construção começa na escola, passa pela faculdade, emprego, carro, celular e até relacionamentos. Se perguntar para qualquer pessoa, ela saberá dizer algo que deseja muito, uma íntima projeção de como será sua felicidade, caso alcance o elemento de desejo.

Esse modelo uma noção ilusória de quanto mais conquistas tivermos, mais feliz seremos. Como uma curva que apenas cresce num gráfico.

Mas a vida não funciona assim.



Quando conversamos com pessoas que alcançaram esses objetivos finitos, eles em geral não estão mais felizes que nós, pelo contrário, já estão se apoiando em outra projeção, um novo degrau que talvez traga essa tão sonhada realização.

O mesmo acontece com nós mesmos, você reconhece a frase “eu era feliz e não sabia?”

Quando chegamos em determinada idade, essa noção de que seremos cada vez mais felizes começa a desaparecer. Alcançamos os tais marcos que a sociedade nos convenceu ser necessários e entendemos que isso não nos deixou mais realizados. Às vezes, o contrário é igualmente verdadeiro, conseguimos aquilo que tanto queríamos e não entendemos porque continuamos tristes.

Surge um misto de confusão e frustração.

A vida consiste de elementos multi-dimensionais, onde praticamente tudo - de todas as direções - influencia como vamos nos sentir, das mais diversas formas.

Às vezes não conseguimos o que queríamos, mas nos sentimos felizes. Em outros momentos conquistamos o que sonhávamos e ficamos tristes, com medo. O sentimento inicial de euforia chega, mas assim que passa, nos sentimos culpados por não estar tão satisfeitos quanto pensamos que estaríamos.

Talvez, devêssemos tratar a vida como um longo jogo infinito, que não pode ser delimitado por passos fixos e específicos.

Dividir mérito em conquistas esporádicas é cruel. Quando falamos em direitos, fica claro que todos devemos ser tratados como iguais, mas quando olhamos cada um dos seres humanos, individualmente, podemos observar quão complexas são suas diferenças.

Se tenho uma criança que é incrivelmente habilidosa em desenho, desde bem novo, me soa incoerente tentar medi-la com a mesma régua que utilizo para um aluno com forte inclinação para matemática. Entendo que o aprendizado da matemática também será importante para o jovem artista, mas não me restam dúvidas de que com o passar do tempo, quando a necessidade se mostrar presente, ele será capaz de buscar e assimilar o que for preciso. Não é como se depois da escola, todos os livros do mundo fossem pegar fogo e desaparecer.

O foco mudaria de passar em provas, para aprender como aprender. Mudamos a necessidade imediata e criamos uma possibilidade futura.

Quando aplico uma prova de matemática para medir igualmente duas crianças, estou condenando um futuro artista a ser visto como incapaz, mesmo com toda sua habilidades para arte, ao mesmo tempo que exalto aquele interessado em matemática. Uma divisão injusta que desconsidera completamente o interesse individual. Não apenas isso, marginalizamos o repetente, que será tratado com desdém até o fim dos anos escolares.



Isso acaba gerando uma cobrança para sermos cada vez melhores, em esferas que em grande parte não nos fazem sentido, nos arrastando por comparações com pessoas que são incrivelmente diferentes entre si.

Não basta ser bom em redação e escrever bem, precisamos ser melhores em tudo. Tirar 10 em matemática, ganhar medalha de ouro no campeonato de judô, desenhar, tocar violão, fazer exercícios todos os dias e ter um corpo sarado, saber tudo de política, entender o mercado de ações e até decorar o nome de todos os Pokemons.

Mas a boa notícia - para a maioria - é que a vida não acaba amanhã - assim espero. O conglomerado de eventos ao longo de uma vida gera uma diferença, mas um único acontecimento raríssimas vezes tem o poder de influenciar o curso do futuro.

Reprovar um ano pode parecer ruim, mas quando estiver com 40 anos, não terá feito nenhuma diferença substancial. Terminar um namoro com aquela pessoa que tanto amava pode parecer o fim do mundo quando temos 16 anos, mas com 35 anos e dois filhos, será apenas uma gostosa nostalgia, acompanhada pela ingênua vergonha de ter sofrido tanto quando ainda tinha tanto a viver pela frente.

Então, por que nos ensinam a dar tanta importância para jogos finitos, e esquecemos de considerar a obra completa, o longo caminho da vida?

Não quero propor aqui uma desistência dos sonhos, de alcançar metas e conquistar objetivos. A ideia simplesmente tirar o peso do resultado imediato, o desespero de estar sempre em destaque, de fingir o tempo todo que sabe para onde está indo ou o que está acontecendo.

Ainda nessa reflexão, me parece que o peso que colocamos em cada um dos desejos é desproporcional aos possíveis resultados que podemos obter, exatamente por estar sempre jogando, nossa sensação de realização cada vez mais para longe, sempre num lugar que jamais poderemos alcançar.

É como andar chutando uma bola, mas só parar quando não precisar mais chutar. O que é o equivalente a estudar, se formar, trabalhar e aposentar, para só então ser feliz, faltando poucos anos para o fim da vida.

Acho fácil, agora, entender que a felicidade não pode morar num ponto futuro. Também não acho prudente determinar um ponto temporal para a existência da felicidade, já que é possível ter felicidade relembrando o passado e projetando o futuro, ou em fatos esporádicos do presente.

Talvez a felicidade seja a construção do processo ao longo da vida, sem muito apego ao que pode vir a ser, aceitando as mudanças e ajustando-se aos resultados, independente de qual seja. Coisas acontecem todos os dias, boas ou ruins. Ficaremos tristes em algum ponto, mais ou menos felizes em outros, mas só podemos olhar o saldo final, quando o jogo estiver para acabar.

Alberto Brandão
Também escreve sobre assuntos variados em seu blog, conta sua experiência empreendedora no QG Secreto e mantém um portal sobre Parkour. Ex-analista de sistemas, hoje tenta encontrar as respostas do universo no bacharelado de física. Pode ser encontrado no Facebook ou por email.

Origem: http://www.papodehomem.com.br/alcancar-o-que-quer-nao-vai-te-deixar-mais-feliz

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Truques de iluminação em dois apartamentos

Forros de gesso, luminárias especiais, formas de trazer mais aconchego usando luz. Nesta reportagem, as formas de chegar a um resultado charmoso variam, mas o cuidado com as forma de iluminar é o mesmo. Acompanhe.



No teto, a cada 2,25 m, surgem rasgos de 3,50 m de comprimento. Em cada um, há uma lâmpada halógena palito de 150 W, apoiada em um suporte de alumínio. “Estas luzinhas de tom âmbar se repetem pela casa toda”, diz Maneco. “São balizadores de LED desenhados por mim. Eles indicam trajetos sem a necessidade de acender outras luzes.”



“Gosto da brincadeira de fatiar o teto com rasgos espaçados, que geram detalhes gráficos de luz e sombra”, conta o iluminador. “Olhe como eles se alternam: são mais profundos em uma das extremidades, na qual oculto a lâmpada.” "Aproveitei o vão do antigo cortineiro para instalar tubos contínuos de catodos frios, um tipo de néon com uma temperatura de cor muito bonita”, explica Maneco. “Eles criam este efeito quente e uma luz totalmente linear.” “Debaixo do banco, que acompanha a parede, instalei tubos com LEDs dimerizáveis, encaixados em nichos previstos na marcenaria. Num ambiente com TV, funciona como o balizamento existente nas salas de cinema.”



“Assim como fiz na sala, catodos frios foram encaixados no espaço entre o forro rebaixado e a parede para produzir esta luz amarelada e contínua. A intenção é que os tubos iluminem de uma forma muito suave e aconchegante.” “Este espelho de maquiagem iluminado nas laterais por lâmpadas fluorescentes tubulares (modelo T5 de 14 W), em conjunto com a penteadeira, evoca o conceito de camarim, só que revisitado de um jeito sofisticado.”



Detalhe do lustre criado por Maneco Quinderé



“Este lustre é inspirado numa lembrança de infância, quando olhava as janelas da fazenda do meu pai ao entardecer. Elas tinham telas-mosquiteiro e, vistas de fora, ficavam iluminadas por lâmpadas com interruptor de cordinha.”



Embutidas no forro, atrás do brise de madeira laqueada, lâmpadas de LED evidenciam a estrutura que funciona como divisória do estar. O projeto de interiores é do arquiteto Dado Castello Branco.



“Estas faixas não tocam nenhuma das paredes e parecem alongar o teto. Elas têm comprimentos diferentes porque havia um duto do ar-condicionado no caminho. Fiz assim e gostei do resultado. Cada uma abriga um catodo frio de tom amarelado.”



No lavabo, uma dicroica mais intensa fica alocada no forro. Em ambientes com espelho, a luz não pode ser muito fraca. Fitas de LED de baixa intensidade, no fundo da estante, criam acolhimento.



Esta luz delicada deixa o home-office agradável. Ela é propagada por LEDs encaixados em rebaixos nas prateleiras do móvel. O recurso ilumina suavemente o espaço e ainda destaca livros e objetos.



Em vez de recorrer à iluminação pontual, direcionada para as obras de arte, o iluminador fez um rasgo rente ao piso na parede (10 cm de altura x 6 cm de profundidade), com LEDs ocultos pela alvenaria.



“Fitas adesivas de LED ficam encaixadas em sulcos cavados na superfície das prateleiras, iluminando a estante de baixo para cima. O móvel funciona como uma grande luminária.”

Origem: http://casa.abril.com.br/materia/truques-de-iluminacao-em-dois-apartamentos

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Como fazer uma estante rústica com tubos de metal

Já publicamos aqui no Deixa que Eu faço um texto que mostrava como construir uma mesa lateral usando tubos. O mesmo princípio utilizado ali permite que você construa estruturas para outros projetos também, de forma bastante simples e versátil.

O projeto de hoje foi baseado em um outro, que coloca uma estante no teto, bem massa.



Vamos fazer aqui uma variação um pouco mais simples, mas nem por isso menos legal.



Os mesmos princípios dá pra utilizar pra construir a estante acima, caso você queira.

Materiais

Esse é um projeto gringo e as medidas originais estavam em polegadas. No Brasil, usamos o sistema de metros, como você bem deve saber. Como aqui vamos ter de comprar bastante coisa em lojas de materiais de construção e, normalmente, as pessoas usam medidas em polegadas para esses materiais, resolvi deixar as medidas originais. Caso queira fazer as conversões, pode usar qualquer conversor, como esse.

Nem todo espaço é igual, então provavelmente você vai ter de fazer adaptações às medidas e quantidade de materiais.

Em primeiro lugar, você vai ter de medir a sua área, decidir o tamanho da estante e comprar os tubos de metal com rosca de 0.5". Para o nosso projeto, usamos esse comprimento:
2 tubos em 2"
4 tubos em 10"
4 tubos em 6"
4 tubos em 18"
12 tubos em 12"


Além disso, vamos precisar de:
4 T's de metal
6 flanges de metal
2 cotovelos (ou joelhos) de metal
2 tábuas de madeira não tratadas de 2" x 12" x 8' (96" ou aproximadamente 2,43m). Você vai ter de cortá-las pela metade para ter 4 tábuas de 4'.

1 lata de tinta para madeira
Tratamento da madeira

É bom finalizar a madeira lixando e depois pintando. Use um pincel ou esponja para dar esse tratamento mais rústico.


Antes de secar, tire um pouco do excesso, para ela ficar com esse aspecto.



Construindo a estrutura

O próximo passo é bem simples. Consiste em rosquear as peças em seus devidos lugares para montar a estrutura.

Não esqueça de limpar os canos antes de começar, eles devem vir bem sujos.

Outra possibilidade é pintá-los com spray, para dar um acabamento mais legal.







O toque final é furar a parede e parafusá-las para ganhar em estabilidade. Elas devem ficar bem sólidas e seguras dessa forma.



Finalmente, ela fica assim:





* * *
“Deixa que eu faço” é a série colaborativa de textos mão na massa do PapodeHomem. A ideia é reunirmos pessoas dispostas a contribuírem com guias e tutoriais, ensinando a fazer as mais diversas tarefas, das rotineiras às inusitadas. Com o tempo, queremos ter um compilado com todo tipo de passo-a-passo, para tornar o PapodeHomem um espaço cada vez mais útil.

Pode se programar: toda sexta, um texto com um guia ensinando a fazer algo prático.

Tem alguma ideia? Manda pra gente no e-mail deixaqueeufaco@papodehomem.com.br.

E, caso faça um dos tutoriais já publicados, põe a hashtag #deixaqueeufacopdh pra compartilhar com a gente. As mais legais a gente solta no Instagram do PapodeHomem.


Origem: http://www.papodehomem.com.br/como-fazer-uma-estante-rustica-com-tubos-de-metal

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Como obter bem-estar com a iluminação. Fernando Prado responde


Fernando Prado

Basta um encontro com o lighting designer Fernando Prado para nos apaixonarmos pela arquitetura da luz. Filho de arquitetos e hábil no manejo da iluminação como fonte de bem-estar, o premiado designer e atual diretor da Lumini, que acaba de lançar uma luminária em homenagem à Semana de Arte Moderna, falou a BONS FLUIDOS.

BONS FLUIDOS – Como obter bem-estar com a iluminação?
FERNANDO PRADO – Dentro de casa, você quer relaxar, desacelerar. Então, as lâmpadas das áreas de convivência devem ser as incandescentes ou alógenas, que são alaranjadas, reproduzindo o aconchego do pôr do sol. Diferentemente do tipo que se usa no ambiente de trabalho, que puxa mais para o tom do meio-dia, brilhante. Aí e na cozinha, eu sugiro as fluorescentes. E para o banheiro uma mistura de fonte alógena e fluorescente.

BF – O abajur é a melhor fonte de luz que se pode ter na sala?
FP – O abajur é uma fonte de luz que tem relação direta com a segurança. Em nosso inconsciente, desperta uma memória ancestral. Pela tonalidade alaranjada emitida pela lâmpada incandescente e a cúpula, que ajuda na difusão, é o equivalente à fogueira, que fazia a caverna ser mais segura.

A luminária 22 é a última criação de Fernando Prado.

BF – Que erro mais cometemos?
FP – A lâmpada dicroica é muito útil se for utilizada de forma pontual – para dar destaque a um quadro, um vaso. Mas começou- se a usá-la na casa toda, em cima do sofá e no banheiro. Isso é ruim porque a pessoa já sai do banho suando. Outro problema é que no boom do apagão as pessoas trocaram as incandescentes por fluorescentes sem critério. Os ambientes ficaram muito desconfortáveis porque essas lâmpadas são muito claras e não deixam relaxar. Nas áreas de convívio, eu continuaria usando incandescentes ou led – menos danoso ao ambiente porque não tem mercúrio, não emite raios ultravioleta e tem vida útil infinitamente maior que os outros tipos.

BF – Uma das luminárias premiadas que você criou, a Bossa, é feita de forma semiartesanal.
FP – Dos 250 funcionários que trabalham na parte fabril da Lumini, uma parcela significativa está envolvida nessa produção semiartesanal. Usa-se a máquina, mas o resultado, de fato, depende do operador. Essa mão de obra qualificada está em extinção. Me sinto um pouco no caminho contrário do mundo. Ainda acredito no fazer artesanal.

Origem: http://casa.abril.com.br/materia/iluminacao-fernando-prado-bem-estar

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

13 dicas ter uma casa acessível na terceira idade

Decorar uma casa para um morador na terceira idade pede cuidado: é importante estar atento para criar ambientes acessíveis. “A arquitetura tem que unir conforto, beleza e independência para os idosos”, afirma a arquiteta Dorys Daher. Para isso, é necessário pensar em todos os aspectos da casa, com foco na prevenção de acidentes, uma preocupação constante para quem é mais velho. E não é à toa: “na maioria dos casos, as providências são tomadas só após um incidente”, pondera Teresa Ioshimoto, do Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein. Para prevenir e provar que o cuidado é importante, separamos 13 dicas que devem ser tomadas ao reformar.

Divulgação


1. "A ventilação e iluminação naturais são fatores importantes para a higiene do ambiente, e devem seguir as diretrizes do código de obras ou do código sanitário", observa o arquiteto urbanista Robson Gonzales, da Arpa Arquitetura e Acessibilidade. Quanto à iluminação artificial, "é importante ter os comandos próximos à cama e à porta de entrada, deve-se evitar o deslocamento dos idosos no escuro. Ter um sistema de arandelas, balizando o caminho até o sanitário também é um fator que ajuda a reduzir o risco de quedas", conta.

Divulgação


2. Persianas automatizadas ou que exijam pouco esforço para manejo são indicadas. “Janelas de correr são as mais recomendadas. Evite aquelas do tipo guilhotina, que podem causar acidentes”, alerta Robson.

Marco Antonio


3. Opte por papéis de parede simples, já que estampas mais intensas podem confundir o morador e atrapalhar a noção de profundidade. "Podemos utilizar papéis de parede com textura, porém estampas devem ser utilizadas com critério. Recomendo a utilização de cores claras e tons pastel. Cores brilhantes devem ser evitadas”, conta o arquiteto. Outro aspecto principal é o uso de cores contrastantes nas paredes e piso, o que facilita o reconhecimento da delimitação dos espaços.

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4. Uma unanimidade entre os profissionais: os pisos devem ser antiderrapante. Carpetes e tapetes? Só de pelo curto e embutido ou preso ao piso por meio de adesivos. Eles devem ser muito bem limpos para evitar o acúmulo de ácaros e pó. Se o piso for de madeira, opte por tábuas corridas: “nos ambientes internos, tacos soltos e pontas de tapete podem dificultar a vida”, alerta Fabio Nasri, geriatra do Hospital Israelita Albert Einstein.

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5. Para que a mobilidade do idoso não seja comprometida, os degraus devem ser evitados a todo custo e ser substituídos por rampas sempre que possível. Uma opção mais em conta, rampas móveis de madeira revestida com carpete ou de chapa de alumínio corrugado (antiderrapante) também podem ser feitas. Importante: a inclinação da rampa não deve ultrapassar 10%. Se não tiver jeito, o ideal é que os degraus tenham entre 28 e 30 cm, para abrigar o pé inteiro e serem muito bem iluminados. Outra alternativa é instalar um elevador no espaço: “Além de atender às normas, a acessibilidade é um direito e tem o objetivo de permitir a integração de todos, sem exceções”, diz o diretor comercial da Daiken Elevadores, Fabrício Serbake.

Divulgação


6. Os móveis têm que ser firmes, preparados para que o morador possa usá-los como apoio e, de preferência, devem ter os cantos arredondados ou emborrachados. A altura indicada para sofás e poltronas é em torno de 50 cm. E nada de acolchoados moles – são as espumas mais rígidas que favorecem na hora de levantar.

Reinaldo Meneguim


7. Barras de apoio, como corrimões são essenciais em áreas como escadas, degraus, banheiros e corredores, que devem permanecer livres de obstáculos. Luzes de balizamento e revestimentos contrastantes também são indicados nas áreas de passagem.

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8. Nos armários, portas de correr são mais confortáveis: “Os armários devem ter iluminação interna, de preferência com acendimento automático. Os puxadores devem ser do tipo alça e cantos vivos devem ser evitados. Gavetas e sapateiras devem estar posicionadas acima de 50 cm de altura em relação ao piso”, diz Robson Gonzales.

Diego Mello/Vega IMG


9. O quarto, onde o idoso passa boa parte do tempo, pede iluminação constante, especialmente durante a noite, quando ele pode se levantar para ir até a cozinha ou banheiro. Para isso, uma luminária, dimmer, ou uma lâmpada fria no cômodo vizinho, que pode ficar ligada com baixo gasto de energia. No banheiro, o ideal é um sensor de presença com acendimento automático.

Divulgação


10. “Além de equipar a cama com interruptor de luz, telefone e controles, é necessário ter cuidado com a altura da colchão em relação ao piso. Esta altura deve ser igual a distância poplítea: o idoso precisa ter as plantas dos pés totalmente apoiadas no piso antes de se levantar. Providenciar barras de apoio próximas à cama é recomendável”, aponta o arquiteto urbanista. Colchões articuláveis com controle remoto são uma boa alternativa.

Carlos Piratininga/Divulgação


11. O banheiro é provavelmente o ambiente que exige mais atenção: ele é frequentado diversas vezes no dia e apresenta superfícies molhadas. Dentro do boxe, porta de correr e banco retrátil. Em vez do vidro, que pode quebrar e ferir o morador em uma queda, uma cortina de tecido semipermeável é uma opção barata e fácil de limpar. Boxes blindados, apesar de mais caros, também podem ser instalados. Para maior conforto, a torneira pode ser substituída por uma alavanca giratória e corrimões devem ser instalados pelo espaço. Disponibilizar um botão de alarme no banheiro também é boa ideia, além de eliminar o degrau que impede a saída da água do boxe e colocar uma grelha no local.

Divulgação

12. Na cozinha, um tapete próximo da pia evita que o chão se molhe e que o idoso escorregue. Em vez de fogão convencional, cooktops elétricos são mais seguros. O ambiente é um bom lugar para guardar os remédios do morador, já que todas as manhãs ele vai até ali para tomar o café. É importante que eles estejam organizados, nomeados e que haja alguma forma de controle, caso ele esqueça se tomou ou não a medicação. Na área, varal elétrico facilita a independência.

Carlos Piratininga/Divulgação


13. Para cuidados mais completos, o “guarda-corpo deve ser utilizado em todas as escadas, sacadas e rampas, quando não protegidas por paredes laterais. Escadas e rampas devem ter corrimãos dos dois lados”, aconselha o arquiteto urbanista Robson Gonzales, da Arpa Arquitetura e Acessibilidade.

Origem: http://casa.abril.com.br/materia/13-dicas-ter-uma-casa-acessivel-na-terceira-idade

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

O homem mais rico é aquele cujos prazeres são mais baratos

"Dois anos ele caminha pela Terra. Sem telefone, sem piscina, sem animais de estimação, sem cigarros. Liberdade total. Um extremista. Um inusitado viajante cujo lar é a estrada. Fugiu de Atlanta. Não deseja voltar porque o Oeste é o melhor. E agora depois de dois anos de caminhada aproxima-se a grande e final aventura. A culminante batalha para matar o falso ser interior e vitoriosamente concluir a revolução espiritual. Dez dias e noites de comboios de mercadorias e de boleias trazem-no para o grande norte branco. Sem continuar a ser envenenado pela civilização ele foge e caminha solitário pela terra para se perder em meio à natureza selvagem."



Christopher McCandless, um jovem americano, ganhou o mundo em sua biografia nas telas dos cinemas em 2007 dirigida por Sean Penn, baseado no livro de Jon Krakauer. Chris ganhou fama devido a aventura que fez no início dos anos 90 em direção ao Alasca, EUA, abandonando a vida de classe média alta que tinha por problemas familiares e por seu desprezo pelo materialismo na sociedade, na busca de algo incerto.

Em 6 de setembro de 1992, o corpo decomposto de Christopher McCandless foi descoberto por caçadores de alce no limite norte do Denali National Park, Alasca, EUA. Chris faleceu dentro de um ônibus - magic bus - enferrujado que servia de abrigo improvisado para os caçadores, para os condutores de cães, e demais visitantes e turistas. Colada na porta estava uma nota rabiscada em uma página arrancada de um livro de Nikolai Gogol:

“Atenção, possíveis visitantes.
SOS
Eu preciso de sua ajuda. Estou doente, à beira da morte, e fraco demais para sair daqui. Estou sozinho, isso não é piada. Em nome de Deus, por favor me ajudem. Saí para colher frutas aqui perto e devo voltar esta noite. Obrigado,
Chris McCandless
Agosto?”



Chris morreu aos 24 anos de idade, pesando somente 30 quilos e não possuía gordura subcutânea. A causa provável da morte, de acordo com o relatório do legista, foi a fome.

Henry David Thoreau (autor da frase-título deste post) foi um escritor que pregou o anarquismo individual. E, com essa filosofia, foi morar sozinho no meio de uma floresta aos 27 anos de idade, com medo de que na hora da morte descobrisse não ter vivido de verdade. E sem coincidências, foi um dos filósofos que influenciaram Chris em seu abandono da vida em sociedade.

O que sua aventura fatal tem a nos ensinar, afinal? Que, talvez, você nem saiba (sério!), mas você não é feliz. É preciso aceitar que, talvez, estejamos vivendo uma vida sem sequer procurar entender seu sentido. É preciso aceitar que, talvez, você chegue ao final de sua vida repleto de arrependimentos, simplesmente por ter sido passivo durante toda ela. É preciso aceitar, por fim, que é sua obrigação encontrar a verdade pela qual valha a pena viver e morrer.

Tudo isso nos leva, então, ao ponto principal do post: “o homem mais rico é aquele cujos prazeres são mais baratos”. É que, caro leitor, durante sua busca você irá perceber que aquilo que mais possui valor para a sociedade, em geral, são apenas coisas. Nietzche diria que fomos “adestrados”, durante a formação da civilização, para obedecer as regras. Nos disseram, desde pequenos, o que vestir, o que comer, o que fazer para ser alguém bem sucedido. Tivemos de descobrir, na marra, que a real felicidade não se encontra em nada disso. E quando você encontrá-la no mais simples e improvável momento de sua vida, vai poder entender o que Chris também entendeu e encontrou.

"É nas experiências, nas lembranças, na grande e triunfante alegria de viver na mais ampla plenitude que o verdadeiro sentido é encontrado.”

E então, você vai perceber que a história de Chris é um bem mais do que necessário para todos aqueles que desejam ir. Choca pela batalha que Chris trava durante sua vida - que não é contra o capitalismo, contra sua família, contra o governo, contra a sociedade, mas sim contra sua própria luz intensa de vida. Mais do que isso, é a batalha interna de alguém que se sente preso. Chris não era apenas mais umadolescentezinho-rebelde-sem-causa, tampouco sofria de crise existencial. Buscava, tão somente, o bem mais relativo e enigmático já existente: a felicidade. E acredite, caro leitor, não há nada mais puro e mágico que isso.

Desprendendo o foco macilento do ego movediço, a gente acaba lembrando que é resto de estrela morta, um desfoco ínfimo diante das incertezas e um ponto cego na natureza. Há tanto para descobrir que nem imaginamos. Afaste-se dessa enxurrada de sentimentos inúteis, desapegue-se das quinquilharias cotidianas e das promessas ocas que nunca foram juradas de coração, e fortaleça-se para ir.



O que Chris nos ensina é que é preciso ter coragem para libertar-se e ir. Limpar o porão. Bater os tapetes. Varrer a poeira das janelas. E ir. Existe um longa estrada a ser construída lhe esperando pela frente. Percorrendo a estrada, é possível que você não descubra o que quer. Acontece. Porém, com toda certeza, você saberá o que não quer.

O pensamento objetivo, conciso e simples ritmiza o caminhar sóbrio e a dança dos pensamentos. Abre-se, então, um imenso espaço propício à construção de sua própria estrada. Uma estrada que não anseia licitações, projetos e toda burocracia temporal que cobra impostos e deixa buraco na pista sem as bifurcações e os desvios necessários. Se caminhar faz bem, imagina construir estradas acimentadas em conhecimentos oriundos de vários saberes (que você ainda descobrirá), rodeados por lindas árvores floridas, semeadas a partir de longo processo de descobrimento e paciência.

Considere você que, tenha Chris fracassado ou não em sua busca, é inegável sua coragem. Chris socorreu-se à solidão da natureza para livrar-se do peso de viver em sociedade. Em tempos de covardia, pacatez e passividade, qualquer ato de desprendimento de valores tradicionais deve ser considerado um ato de bravura.

Entenda que isso independe da obtenção dos resultados desejados. O simples fato de sair de sua zona de conforto em busca da sua felicidade, deve ser valorizado. Mesmo que você ainda não saiba o que ela significa, mesmo que você nunca a atinja, mesmo que você pereça, mesmo que você se veja completamente sozinho, e, até mesmo que você falhe, orgulhe-se de ter se arriscado. Uma vida sem riscos não vale a pena. Não, não vale.

Infelizmente não existe resposta. Tampouco receita. Apenas o segredo da vida em debate: a sua felicidade está aonde? Debata sozinho. Convoque seus pensamentos e descubra o que eles têm a dizer. Fora ou dentro da gaiola. Aprender a se descobrir e a bater asas. Ser passarinho e ver o que acontece quando saímos do ninho.

“Gostaria de repetir o conselho que lhe dei antes: acho que você deveria promover uma mudança radical em seu estilo de vida e começar a fazer corajosamente coisas em que talvez nunca tenha pensado, ou que fosse hesitante demais para tentar.” (Christopher McCandless)

*João Paulo Bossolan
Latino-americano, mamífero. Sobrevivendo como advogado, costuma flertar com o cinema, filosofia e literatura. Metido a escritor e a fotógrafo amador, publica em seu Instagram e Facebook sua visão do mundo.

Origem: http://www.papodehomem.com.br/o-homem-mais-rico-e-aquele-cujos-prazeres-sao-mais-baratos

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

15 travesseiros e almofadas que você vai querer ter em casa

1 — Que tal dormir com a cabeça encostada em um sushi?

2 — Ou em um rolo de notas de 100?

3 — Para quem dorme com o braço por baixo do travesseiro e está cansado de se sentir desconfortável

4 — Esse é para quem chega morto em casa e só quer saber de descansar

5 — Essa é uma ótima alternativa para evitar que o travesseiro fique todo molhado durante um momento difícil

6 — Dormir sobre pedras nunca foi tão confortável

7 — “Eu vou fazer uma oferta que ele não poderá recusar”

8 — Tem para homens que se sentem sozinhos

9 — E mulheres solitárias também

10 — Sonhando com você

11 — Nas nuvens

12 — Perfeito para dormir no busão!

13 — Biscoito da sorte

14 — Porque bacon é amor!

15 — Vai um burrito aí?

Origem: http://www.megacurioso.com.br/papo-de-bar/89284-15-travesseiros-e-almofadas-que-voce-vai-querer-ter-em-casa.htm